quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eva Perón - La Evita Argentina

Maria Eva Duarte De Perón, mais conhecida por Eva Perón, ou simplesmente Evita, foi uma atriz e líder política argentina. Ela casou-se com o general Juan Domingo Perón, que foi eleito presidente e logo tornou-se a primeira dama do país.
Ela nasceu em Los Toldos, um pequeno povoado no município de General Viamonte, porém depois que seu pai morreu, ela se mudou com a mãe, três irmãs e um irmão para Junín, uma cidade na província de Buenos Aires.



















Quando seu pai morreu, ela, que era uma filha bastarda dele, assim como todos os outros irmãos, foi mandada embora do enterro pela mulher de seu pai e seus 6 filhos legítimos, e só conseguiu dar-lhe um último beijo depois de sua mãe fazer longas negociações, e tiveram que sair logo depois de despedir-se dele. Dizem os historiadores que isto incentivou Evita a criar leis e projetos para ajudar pessoas com o mesmo problema.
















Quando Evita era adolescente, ela sonhava em ser da nata da sociedade, como atriz de teatro ou cinema, e tomava como exemplo a também atriz americana Norma Shearer, a qual ela não se cansava de ver no pequeno cinema de Junín. Porém, diferente de todas as outras moças, em que o sonho ia morrendo aos poucos, Eva não deixava de lado suas duas manias, Norma, a triz que admirava, e o sonho de ser como ela. Ou, definindo melhor que sonho, vontade, que foi o que fez a jovem sair de Junín e ir para a grande Buenos Aires, conhecida como "Paris da América do sul".






Evita então chega na cidade que estava devastada pela crise econômica de 1929, e dependia das exportações de carne e trigo. A garota, com apenas uma pequena mala onde estavam algumas poucas roupas e talvez um único vestido "de sair".
Fora sua famosa teimosia, ela não tinha grande coisa a oferecer, sem real talento artístico e nem extraordinária beleza, ela foi recebendo um não atrás do outro, e sempre pressionada pela mãe e os irmãos a voltar para Junín, ela sempre dizia: "Primeiro a celebridade!"

Finalmente, no ano de 1937, ela conseguiu sua estreia nas telas do cinema, no filme Segundos Afuera, e depois foi contratada para fazer radionovelas.





Em janeiro de 1946 ela conheceu Juan Domingo Perón em um festival que a comunidade artística havia realizado para ajudar as vítimas de um terremoto ocorrido alguns dias antes na cidade de San Juan, e no mês seguinte os dois já moravam juntos, porém apenas oficializaram a relação dois anos depois, em uma cerimônia reservada e que não é exibida para o público.







Em fevereiro de 1946, após uma campanha eleitoral na qual a presença de Evita foi marcante, Perón é eleito presidente. A oposição transferiu a ela a antipatia e a rejeição que sentiam por Perón. A ascensão vertiginosa "dessa mulher" foi para esses argentinos um motivo mais de repúdio.
No seu papel primeira-dama, Eva Perón desenvolveu um trabalho intenso, tanto no aspecto político quanto no social. No que diz respeito à política, trabalhou intensamente para obter o voto feminino e foi organizadora e fundadora do ramo feminino do movimento peronista. Esta organização se formou recrutando mulheres de distintas extrações sociais por todo o país. As dirigentes da nova agrupação receberam o nome de "delegadas censistas".




No aspecto social seu trabalho se desenvolveu na Fundação Eva Perón, mantida por contribuições de empresários e por doações que os trabalhadores faziam quando tinham uma melhora em seus salários. Criou hospitais, lares para idosos e mães solteiras, dois policlínicos, escolas, uma Cidade Infantil. Durante as festas de fim de ano distribuia sidra e panettone, socorria os necessitados e organizava torneios esportivos infantis e juvenis.







O outro bastão e talvez eixo principal de sua popularidade foi constituído em torno dos sindicalistas e da sua facilidade e carisma para conectar-se com as massas trabalhadoras, às quais ela chamava de seus "descamisados". 
Eva Perón faleceu no dia 26 de julho de 1952, sendo ainda muito jovem, por ocasião de uma leucemia. A dor popular não a abandonou num velório que durou 14 dias, e não a abandonaria jamais. No imaginário popular, Evita é para muitos uma santa.


O corpo de Evita foi embalsamado pelo doutor espanhol Pedro Ara. Com a queda de Perón, a Revolución Libertadora seqüestrou seus restos mortais para impedir que os peronistas transformassem seu túmulo em local de culto. Nada mais se soube a respeito, até 1971, quando o governo militar decidiu devolvê-los a Perón, enterrados que estavam sob um falso nome em um cemitério de Milão. Ele estava exilado em Madri, onde recebia correligionários.



Anexo aqui um trecho do livro "A razão da minha vida", escrito por Eva em 1951:


"Quando escolhi ser "Evita" sei que escolhi o caminho do meu povo. Agora, a quatro anos daquela eleição, fica fácil demonstrar que efetivamente foi assim.

Ninguém senão o povo me chama de "Evita". Somente aprenderam a me chamar assim os "descamisados". Os homens do governo, os dirigentes políticos, os embaixadores, os homens de empresa, profissionais, intelectuais, etc., que me visitam costumam me chamar de "Senhora"; e alguns inclusive me chamam publicamente de "Excelentíssima ou Digníssima Senhora" e ainda, às vezes, "Senhora Presidenta". Eles não vêem em mim mais do que a Eva Perón.

Os descamisados, no entanto, só me conhecem como "Evita". Eu me apresentei assim pra eles, por outra parte, no dia em que saí ao encontro dos humildes da minha terra dizendo-lhes que preferia ser a "Evita" a ser a esposa do Presidente se esse "Evita" servia para mitigar alguma dor ou enxugar uma lágrima.

E, coisa estranha, se os homens do governo, os dirigentes, os políticos, os embaixadores, os que me chamam de "Senhora" me chamassem de "Evita" eu acharia talvez tão estranho e fora de lugar como que se um garoto, um operário ou uma pessoa humilde do povo me chamasse de "Senhora". Mas creio que eles próprios achariam ainda mais estranho e ineficaz.

Agora se me perguntassem o que é que eu prefiro, minha resposta não demoraria em sair de mim: gosto mais do meu nome de povo. Quando um garoto me chama de "Evita" me sinto mãe de todos os garotos e de todos os fracos e humildes da minha terra. Quando um operário me chama de "Evita" me sinto com orgulho "companheira" de todos os homens."



E Eva também ganhou um musical da Broadway inspirado nela, intitulado simplesmente de "Evita", do qual faz parte a famosa música No Llores Por Mi, Argentina, já regravada por Madonna, Donna Summer, Nicole Scherzinger, entre outros nomes da música.
















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